
Em entrevista exclusiva para o Jornal Reverso, o estudante da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), diz que já se sente acolhido pela UFRB, e só falta realizar a prova de transferência para dar continuidade aos estudos.
Helder falou sobre a abordagem truculenta e preconceituosa que sofreu por parte dos policiais militares. “Me pediram para olhar pra frente, me chamando de negão, me jogaram no chão e recebi porrada”, afirmou Helder. Segundo o universitário, após ir à corregedoria prestar uma queixa e à mídia divulgar o fato, passou a receber cartas com ameaças de morte com termos como “negro sujo”.
Depois das ameaças sofridas, Helder resolveu retornar para a Bahia, deixando tudo que tinha conseguido para trás. “Não pude pegar nada, tudo ficou!”, explicou o estudante, que chegou à Bahia no último dia 31 de março.
O outro lado….
Para a Promotora Cláudia Pegoraro, da 2ª Promotoria de Justiça de Jaraguão, o estudante usou a abordagem dos policiais para conseguir transferência da UNIPAMPA para a UFRB. Segundo ela, o que houve foi um excesso durante a abordagem e isso deve ser punido como abuso de autoridade e não como racismo. Cláudia Pegoraro afirmou que o estudante foi abordado pelos policiais porque estava fazendo arruaça. A promotora afirmou que sobre o fato de o estudante ter sido chamado de “negão” não pode ser considerado como racismo, mas sim como injúria racial.
Quatro policiais foram indiciados por abuso de autoridade, lesão corporal e injúria por suspeita de agressão contra o universitário. O caso foi encaminhado à Justiça Militar e foi aberto procedimento interno para investigar os atos dos policiais, afirmou João Gilberto Fritz, corregedor geral interino da Brigada Militar.
Por Leomir Santana
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