segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mototaxistas reclamam do uso de capacete

Muitos mototaxistas de São Félix e Cachoeira reclamam da lei que obriga o uso do capacete mesmo dentro das cidades. Alegam que muitos deles são vítimas de assalto devido ao uso do equipamento. Segundo eles, os assaltantes usam do capacete para esconder seus rostos, e assim efetuar o crime sem ser reconhecidos. “Alguns de nossos companheiros foram assaltados e até mortos porque eles e os passageiros estavam usando o capacete”, afirma um deles. Alguns desses profissionais de Cachoeira já fizeram manifestações e protestos em relação a esse assunto. Dirigiram-se até a porta da 32ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), em Cachoeira, uma subdivisão do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do Estado da Bahia, porém o movimento não surtiu nenhum efeito. Os profissionais da categoria reclamam uma maior compreensão por parte do Detran, principalmente da coordenadora regional da 32ª Ciretran da Bahia, Rita Guimarães Monteiro. Segundo eles, ela atrapalha e os persegue, pois não permite que deixem de usar o capacete, mesmo dentro da cidade.
Rita Guimarães afirma: “Capacete não é modismo, é proteção, está na lei. Muitas dessas pessoas
não são habilitadas, por isso acham que não devem usar o capacete. Gostaria de ver as certidões de ocorrência desses crimes. O número de crimes dessa natureza é muito pequeno.”
Os mototaxistas dizem que, ao contrário de Cachoeira e São Félix, na cidade de Muritiba o uso de capacete dentro da cidade é proibido. Já a coordenadora da Ciretran diz que isso não existe, pois nenhum comando pode modificar uma lei federal. Segundo o artigo 244 do Código Nacional de Trânsito, o não uso do capacete pelo motociclista e passageiro, é considerado infração, sujeito à multa e suspensão do direito de dirigir. E, enquanto isso o impasse e as reclamações entre os mototaxistas e o Detran continuam nas cidades de Cachoeira e São Félix.


Leomir Santana

A voz da experiência

Foi realizada no dia 15 de dezembro de 2009 uma palestra com Valter Evangelista da Silva, 79 anos, ex-alcoólatra, e presidente do Grupo Nova Esperança de Alcoólicos Anônimos de Cachoeira. A palestra foi realizada para os alunos do segundo semestre de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e contou com a presença do professor Carlos Ribeiro.

Alcoólicos Anônimos é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e esperanças, a fim de resolver seu problema em comum e ajudar outros a se recuperar do alcoolismo. Para se tornar membro do A.A só é necessário possuir o desejo de parar de beber. Não são cobradas taxas, nem mensalidades. O grupo não possui nenhum vínculo com qualquer seita ou religião, partido político, organização ou instituição.

“O alcoolismo não tem cura. É uma doença perversa, má. É uma doença mental, progressiva, espiritual, reflexiva e de determinação fatal”, afirma Valter. Segundo ele, o álcool é a pior droga entre o crack e a maconha. O álcool faz com que o indivíduo perca a família, o emprego, e deixa-o na sarjeta, no fundo do poço. Ao ser indagado sobre quando o indivíduo que bebe se torna um alcoólatra, ele responde que a pessoa se torna um alcoólatra a partir do momento em que perde o domínio da bebida, quando perde o equilíbrio sobre o álcool.


O início

Há vinte anos sem ingerir bebida alcoólica, Valter Evangelista da Silva comenta que as pessoas estão começando a beber muito cedo, mas que o A.A não é contra quem fabrica, vende ou ingere bebida alcoólica sem problemas. Quando perguntado sobre sua motivação para começar a beber, responde que o grande estímulo para que ele começasse a ingerir bebida alcoólica foram seus colegas de trabalho.

“Gostaria de ter a idade de vocês e a experiência que tenho hoje”, afirma. Ao final de sua palestra, o presidente do grupo de Alcoólicos Anônimos de Cachoeira aconselhou que todos evitem o primeiro gole, pois é a partir dele que tudo começa.

O grupo Nova Esperança de Alcoólicos Anônimos de Cachoeira conta com 12 pessoas atualmente, e as reuniões acontecem todos os domingos, das 10 às 12 horas, na Praça Marechal Deodoro, n° 16, Cachoeira – BA.



Leomir Santana