sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estudante baiano vítima de preconceito no RS poderá estudar na UFRB

O estudante universitário de História Helder Santos Souza, baiano, 25, que diz ter sido vítima de preconceito no último dia 6 de fevereiro por parte de alguns policiais da Brigada Militar da cidade de Jaraguão no Rio Grande do Sul, cidade onde fazia sua graduação, afirma que irá fazer uma prova de transferência para estudar na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL).
Em entrevista exclusiva para o Jornal Reverso, o estudante da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), diz que já se sente acolhido pela UFRB, e só falta realizar a prova de transferência para dar continuidade aos estudos.
Helder falou sobre a abordagem truculenta e preconceituosa que sofreu por parte dos policiais militares. “Me pediram para olhar pra frente, me chamando de negão, me jogaram no chão e recebi porrada”, afirmou Helder. Segundo o universitário, após ir à corregedoria prestar uma queixa e à mídia divulgar o fato, passou a receber cartas com ameaças de morte com termos como “negro sujo”.
Depois das ameaças sofridas, Helder resolveu retornar para a Bahia, deixando tudo que tinha conseguido para trás. “Não pude pegar nada, tudo ficou!”, explicou o estudante, que chegou à Bahia no último dia 31 de março.
O outro lado….
Para a Promotora Cláudia Pegoraro, da 2ª Promotoria de Justiça de Jaraguão, o estudante usou a abordagem dos policiais para conseguir transferência da UNIPAMPA para a UFRB. Segundo ela, o que houve foi um excesso durante a abordagem e isso deve ser punido como abuso de autoridade e não como racismo. Cláudia Pegoraro afirmou que o estudante foi abordado pelos policiais porque estava fazendo arruaça. A promotora afirmou que sobre o fato de o estudante ter sido chamado de “negão” não pode ser considerado como racismo, mas sim como injúria racial.
Quatro policiais foram indiciados por abuso de autoridade, lesão corporal e injúria por suspeita de agressão contra o universitário. O caso foi encaminhado à Justiça Militar e foi aberto procedimento interno para investigar os atos dos policiais, afirmou João Gilberto Fritz, corregedor geral interino da Brigada Militar.

Por Leomir Santana